A série foi cancelada pela FOX após a quinta temporada, mas ganhou um novo lar na NBC e hoje com 7 temporadas lançadas a série se estabeleceu como uma das mais queridas do público.
Brooklyn Nine Nine é uma série de humor, mas não é qualquer tipo de humor. É um humor calcado, é criado no relacionamento do público com o personagem. Muitas pessoas dizem que começaram a ver a série e não gostaram, porque normalmente uma série de humor é engraçada desde do primeiro episódio e em B99 não é assim, a série vai apresentando os personagens e suas histórias e então lá na frente, a cada episódio, você entende porque tal piada é engraçada, o público vai criando um vínculo com os personagens.
A série tem uns personagens meio exagerados, uma parte do humor da série está em quebrar esses estereótipos, eles pegam esses personagens exagerados e a cada episódio ele quebram os padrões.
Um exemplo é a personagem Rosa interpretada pela Stephanie Beatriz, a personalidade dela é de durona e ela brinca com o público mostrando o quanto ela é sensível. O Sargento Jeffords (Terry Crews) é grande e muito fortão e ao mesmo tempo é muito carinhoso, o Jake Peralta (Andy Samberg) que é um personagem todo bobão tem alguns momentos que faz discursos lindos e deixa o público em lagrimas e é assim com todos os personagens.
A série vai nos mostrando que não se pode colocar pessoas num molde, numa caixinha.
Equilibrar drama e humor é difícil, e fazer humor num ambiente policial fica mais difícil ainda. Quando você fala em série policial você pensa em CSI, FBI, Chicago P.D em séries com temas mais pesados. Já em B99 tem o peso de falar sobre o tema policial, de crimes, assassinatos, porém com a leveza do humor.
O episodio 17 da quinta temporada é o mais famoso da série, mesmo que você não acompanhe a série, já deve ter visto a cena em que uma mulher esta identificando o assassino do irmão e o Jake pede para que os suspeitos cantem “I Want It That Way”, do Backstreet Boys, para quem não acompanha a série talvez pense “Que bosta é essa?”, mas para quem já acompanha e conhece os personagens sabe que é assim que eles lidam em B99, eles passam essa mensagem de que negar o peso de uma situação, é às vezes, a gente tirar o peso de nós também. É um mecanismo de defesa e esse humor só vai funcionar se a série continuar humana. Esse humor funciona porque a gente gosta dos personagens.
É importante deixar claro que você encontrar senso de humor, ser irônico para conseguir seguir adiante é diferente de fazer piada em um momento impróprio. Brooklyn Nine Nine trata com humor vários assuntos, mas ela também sabe falar de assuntos muitos sérios de uma maneira muito bacana e bem coerente com a série.
Um dos episódios que retrata bem isso é o episodio 16 da quarta temporada intitulado Moo Moo o episódio basicamente é que o personagem Terry Jeffords é parado por um policial enquanto ele procurava o cobertor da filha dele pelas ruas do bairro onde mora, é um episódio onde se discute racismo, violência policial, mostra como o sistema americano é falho. No final do episódio tem uma cena muito bonita entre o Capitão Holt (Andre Braugher) e o Sargento Jeffords.
“Quando fui parado naquele dia, eu não era um policial, eu não era um cara que vivia em uma vizinhança procurando pelo brinquedo de sua filha, eu era um homem negro, um homem negro perigoso, era tudo que ele conseguia ver: uma ameaça! Eu não conseguia parar de pensar nas minhas filhas e no futuro delas em como daqui alguns anos elas poderiam estar andando pelas ruas procurando pela Moo Moo de suas filhas e serem paradas por um policial mau, e elas provavelmente não terão o cartão de policia para sair desse problema. Eu não gosto desse pensamento.”
É uma série de humor e eles conseguiram falar sobre um tema tão delicado de uma forma inteligente, consciente, e coerente com a série e seus personagens.
Desde do primeiro episodio fica claro o quão difícil foi para o Capitão Ray Holt chegar onde ele chegou sendo negro e gay. Também temos a bissexualidade da personagem Rosa, onde ela trata de forma bem real isso na série, ela tem medo de contar para a família, ela tem medo de ser negada pelo amigos, ela tem medo de se descobrir e várias pessoas se identificam com isso na série.
Eu poderia falar muito mais sobre Brooklyn Nine Nine, porque é uma série muito bem feita. Mas vou finalizar esse post falando sobre outro episódio muito bacana, que é o episódio 8 da sexta temporada que fala sobre assédio e novamente é um episódio que tem piadas, que é engraçado mas aborda todo o tema sobre assédio, fala sobre a impunidade de quem comete o crime, fala da estigma que cai sob a mulher. Tem um debate entre a Amy Santiago (Melissa Fumero) e a Rosa sobre “A vitima deve que denunciar ou não?” “Ela faz um acordo com a empresa ou não?” Tem a dificuldade de se provar o assédio, porque tem aquela coisa do “Ela disse, ele disse”. Enfim, no final mostra que mesmo a vítima tomando uma decisão dolorosa, teve um resultado positivo, mesmo que não para ela (a vítima) mas para outras mulheres que podem sofrer com isso taambém. E mesmo sendo um episódio protagonizado pela Amy e Rosa, o Jake se interessou em apoia-las no caso e entender qual seria a parte dele e em como poderia ajudar.
Ícone não é mesmo? Já que citei Jake e Amy gostaria de exaltar esse casal que tem uma relação maravilhosa desde o começo. Falamos um pouco deles AQUI
Enfim, essa é uma série que vale a pena assistir o elenco é incrível além dos personagens que eu já citei temos também Charles Boyle (Joe Lo Truglio), Gina Linetti (Chelsea Peretti), Hitchcock (Dirk Blocker), Scully (Joel McKinnon Miller)
B99 é o tipo de série que te faz evoluir como ser humano, por isso quis falar sobre esses 3 episódios da série, porque eles passam uma mensagem positiva para o público e tem muitos outros, são mais de 130 episódios para você curtir!
Ansiosa pela Oitava temporada!
Se você já é Fã da série espero que você tenha gostado desse post. E se você ainda não assistiu dê uma chance e quando se apaixonar pela série, eu sei que você vai, volte aqui e deixe um comentário!