Filme de super-heróis, baseado em quadrinhos, com a maravilhosa Charlize Theron só pode ser bom não é mesmo?
Será?
Ok, pra você que não está tão ligado com quadrinhos (confesso, nem eu) esse filme é baseado nos quadrinhos do Greg Rucka. A história tem um background de vários eventos históricos, sobretudo, as guerras na humanidade. Durante os séculos, é formado um esquadrão de guerreiros imortais (ou quase). Eles são a “velha guarda”, os veteranos, digamos assim.
Parece bom?
A crítica avaliou o filme em 68% no ROTTEN TOMATOES, não é uma ótima nota mesmo estando ali acima da média. Por outro lado, temos vários filmes que a crítica não curtiu mais foi sucesso de audiência. Fazem 8 dias que ele foi lançado na plataforma da Netflix e desde então está no TOP 10 do Brasil.
E aí? É sucesso?
O ponto alto do filme são os efeitos visuais, detalhes da regeneração dos heróis, tiros, voos, perseguições e lutas! Se você curte filmes de ação, com certeza você vai gostar dessa última parte.
As cenas de ação são realmente muito boas, mas elas ficam distantes umas das outras, nesse meio tempo as cenas são de reflexão, aprendizagem, contando histórias, etc. Em um filme de ação esperamos tiro, porrada e bomba, não é mesmo?
Então, a história vai se construindo bem devagar.
Os cenários são bem bacanas, varias cenas na Europa e Oriente Médio. É um filme bem contemporâneo, trata bastante das crises éticas, política, militares dos tempos atuais e é legal ver isso na trama. Tem um cenário de deserto estilo MAD MAX e do outro lado uma Londres super desenvolvida, é um contraste incrível no filme.
A trilha sonora é muito boa. Eu particularmente presto muita atenção nisso. Ela preenche as cenas de maneira homogênea e nesse filme fizeram um ótimo trabalho. Eu curti!
Mas o filme foca em crises existenciais dos personagens e essa parte não me agradou muito porque essas cenas mais dramáticas ficavam entre as cenas de ação. Eles ficavam no meio entre drama e ação, nem lá, nem cá. O filme tem dois extremos, então, esse ponto é bem negativo.
E você percebe de cara que o filme se preocupa com a representatividade, as protagonistas são mulheres, etnias e orientações sexuais variadas nos personagens que tem muito a ver com a direção do filme por Gina Prince-Bythewood.
Eu não tenho problema nenhum com filmes ou séries que sejam engajados, desde que isso não vire o objetivo final da obra. Tem muitas formas de colocar o protagonismo, a força dos grupos oprimidos sem virar lição de moral.
Não é que o filme é um longa de lacração, mas a preocupação com certas características de diversidade, foram construídas de uma forma vazia que não fez nenhuma diferença real para a trama. Foi bem aleatório.
Enfim, eu achei o filme iria se passar com eles salvando o mundo, resolvendo guerras, durante os séculos, mas o filme se passa no tempo atual e eles durante quase todo o filme estão fugindo para não serem presos e isso decepcionou um pouco. A potência desses personagens é gigantesca, mas a parte da história deles deixou a desejar.
As atuações são muito boas, o elenco é incrível, as coreografias das lutas maravilhosas, eu gostaria que eles tivessem usado mais isso.
Enfim, esse filme abre margem para uma continuação e eu realmente espero que eles melhorem nessas partes que citei acima porque acredito que há uma grande chance de virar uma franquia de sucesso para Netflix.
Foca na cena pós-crédito!
Meu veredito é: o filme tem muitos pontos para melhorar, mas tem um potencial incrível. Se você ainda não assistiu vai com a mente aberta porque você pode pensar diferente de mim.
*Este é um conteúdo crítico e não necessariamente reflete a opinião do Café Plus.
